O general Carlos Alberto dos Santos Cruz chefiou a Secretaria de Governo, ministério encarregado à época da comunicação e da coordenação de parcerias com a iniciativa privada em projetos de infraestrutura e por se envolver em disputas de poder com a chamada ala ideológica do governo, teve atritos com Carlos Bolsonaro e acabou demitido. Desde então, o general tem usado as redes sociais para alfinetar o governo, sempre que desejar.

Em uma entrevista a revista Veja, Santos Cruz explicou o motivo de ter se transformado em um dos principais críticos do presidente Bolsonaro. Para ele, o atual governo virou um “PT verde-amarelo” e instaurou o “comunismo de direita” no Brasil.
Segue um trecho de sua fala:
"Todo regime comunista totalitário divide para facilitar a manipulação. Depois, você ataca pessoas, não ideias. É um assassinato de reputações: todas as pessoas de que você não gosta não prestam. Temos ainda o culto à personalidade: é o mito, o messias, o cara designado por Deus. Isso tudo é uma técnica que quem consagrou foi o sistema totalitário, foi o comunismo. É o contrário de democracia”
“Na campanha foi dito tudo o que o povo queria ouvir: não iria ter reeleição, iriam acabar com a corrupção e com o Centrão. Agora, o presidente está governando para a reeleição dele desde o primeiro dia, não tem nenhum plano de combate à corrupção e os cargos foram distribuídos para o Centrão administrar melhor o dinheiro público"
O general também critica os militares presentes no governo, pois para ele, não passa de desculpa esfarrapada o argumento de que os militares estão cumprindo uma “missão”, como costuma ser repetido entre os fardados do alto escalão.
E com seu posicionamento, despertou o interesse de partidos políticos. Pois já foi sondado para se filiar a quatro legendas e há propostas para que ele se candidate ao Senado e até ao governo do Distrito Federal. Contudo, ele nega que vá entrar na política, mas não descarta os planos para o futuro. Sérgio Moro também recentemente tem elogiado Santos Cruz.