Eis que o embate entre Ministério da Educação e "educadores" está prestes a começar.
Enquanto as universidades públicas encontram-se em uma posição bastante cômoda, recebendo religiosamente sua remuneração independente da duração na pausa das atividades, o MEC demorou - e muito - para prezar pela educação no Brasil.
É inegável que a prioridade adotada pelo Ministério é estranha: enquanto os países desenvolvidos apostam na retomada do ensino de base, tendo em vista a menor suscetibilidade das crianças ao novo coronavírus e a importância das aulas presenciais nas fases iniciais do desenvolvimento, o Brasil aposta nos universitários.
A portaria publicada hoje (2) no Diário Oficial estipula que as aulas presenciais devem retornar no dia 4 de janeiro, tanto em universidades públicas como privadas.
Os professores que têm o salário oriundo dos impostos garantido no final do mês já adiantam-se para classificar a portaria como inconstitucional. Possivelmente não se referem ao artigo 205, que pontua: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".
Preparem-se para o show de horrores que não visa nem educar nem proteger.